sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Crítica francesa aplaude 'Abel', do mexicano Diego Luna


PARIS, França - Lançado na quarta-feira passada, na França, "Abel", primeiro filme de ficção dirigido pelo ator mexicano Diego Luna, foi recebido com o aplauso praticamente unânime da crítica parisiense. O Abel do título é um menino autista, criado em um centro de atendimento e que volta para casa com a mãe e os dois irmãos. Ele se vê como chefe da família, sem que ninguém o discuta, até que um dia o pai volta para casa.

"Com a distância, acho que empurramos as crianças para deixar de ser crianças antes do tempo, os confrontamos com temas como a morte, a violência, a guerra, a separação dos pais, sem sequer nos darmos conta nem pararmos para pensar primeiro neles", disse Diego Luna à AFP por ocasião da pré-estreia do filme no último Festival de Cannes.

Várias publicações ressaltam que o filme "navega com brio entre o drama e a comédia".

Para o jornal de distribuição gratuita 20 Minutos, "esta primeira direção (...) revela uma assombrosa maturidade para traçar o perfil tragicômico de um menino magoado".

Segundo o Le Monde, "'Abel' se mantém à margem das duas influências que dominam hoje em dia o cinema mexicano, Robert Bresson (Carlos Reygadas, Amat Escalante, Fernando Eimbcke) e Hollywood (Alejandro González Giñárritu), Alfonso Cuarón. Entre ambas, Diego Luna começou a traçar um caminho promissor".

Para a revista de espetáculos Figaroscope, "este filme é uma espécie de pequeno milagre de sensibilidade sobre a história de um trauma".

Diego Luna "filma o 'huis clos' familiar com uma doçura fria, atenta a cada um dos personagens e evitando qualquer psicologismo. O jovem Abel não chora nunca, o filme tampouco", destacou o Libération.

Antes de "Abel", Diego Luna dirigiu um documentário sobre Julio César Chávez, lenda do boxe mexicano e mundial.

Aos 31 anos, ele trabalhou como ator em cerca de 40 filmes, entre eles "E Sua Mãe Também", "Nicotina", "Pacto de Justiça" e "Milk - A Voz da Igualdade".

A Garota da Capa Vermelha

A releitura gótica de Chapeuzinho Vermelho, A Garota da Capa Vermelha, é mais uma história que você provavelmente não contará para seus filhos dormirem. O novo cartaz do filme traz Amanda Seyfried correndo pelo bosque num clima bastante sombrio (clique para ampliar).

No longa, Seyfried interpretará Valerie, uma bela jovem que está dividida entre dois homens. Mesmo apaixonada pelo forasteiro Peter (Shiloh Fernandez), Valerie não consegue se desvencilhar do casamento arranjado com o abastado Henry (Max Irons). Para não se separarem, os dois planejam fugir juntos, mas a irmã mais velha de Valerie é morta por um lobisomem que ronda a floresta negra que circunda a vila. Os moradores do vilarejo tinham uma trégua com a fera, mantida por meio de um sacrifício mensal de um animal. Mas agora que a criatura tirou uma vida humana, a população sedenta de vingança chama um famoso caçador de vampiros, Padre Solomon para ajudá-los a matar o lobisomem. Mas uma notícia dada por Solomon cria pânico na vila: qualquer um deles pode ser a fera.

O filme será dirigido por Catherine Hardwicke, de Crepúsculo. As atrizes Virginia Madsen e Julie Christie também integram o elenco.

A Garota da Capa Vermelha chegará ao Brasil no dia 21 de abril de 2011.

(D.C.)

Segura a lagarta por 10 segundos, então?

Publicado em 13/01/2011
Por Victor Martinez (@vectu)


Um elefante
Dois elefantes
Três elefantes
Quatro elefantes
Cinco elefantes
Seis elefantes
Sete elefantes
Oito elefantes
Nove elefantes
Dez elefantes! Lá vou eu!

Quem nunca brincou de esconde-esconde na infância talvez nunca tenha tido uma infância de verdade. Era tão gostoso. Ficar escondido era maravilhoso! Eu adorava. Ficava horas pensando na minha vida, ali, no meu esconderijo. Deixava de prestar atenção no jogo para pensar em mim e no mundinho a minha volta. A adrenalina abaixava e eu começava a viajar. Era pura nostalgia.

Sensação, que o filme Dez Elefantes de Eva Randolph acaba provocando nos espectadores. Durante os 15 minutos, a menina Clarinha nos lembra de momentos muito peculiares da infância. Devaneios. Mas devaneios que garantiam certezas e as vezes criavam alguns medos. Quando não das pequenas situações, das interpretações sobre essas situações.

Clara tem 8 anos e mora com a mãe e o irmão em uma casa no campo. No filme, as crianças brincam de esconde-esconde naquele lugar bucólico e os pequenos detalhes desse universo pontuam as sutilezas dessa idade: o rio, a casa, o quarto, as galinhas, a lagarta, o gato, as brincadeiras e é claro… as conversinhas entre os irmãos.

E tudo de uma forma muito simbólica e silenciosa. Os ruídos daquela atmosfera e o jogo de imagens com diversos elementos compõem o curta de uma forma muito eloqüente. Por exemplo, se no início, um ovo sendo cozinhado anuncia o começo da trama, no final, a galinha que vai para a panela aponta um desfecho. Se não do roteiro, da própria vida.

Gravado no município carioca de Miguel Pereira, o projeto foi escolhido pelo concurso de roteiro do RioFilmes. Foi assim que o curta, que era para ser filmado como exercício no curso de cinema de Randolph, tornou-se uma produção com orçamento de R$ 60 mil e filmado em 35mm. O que era para durar dois meses, acabou ocupando sete meses da equipe. E mais… o filme esteve em vários festivais e ganhou muitos prêmios. Aqui e na gringa.

Diretor confirma intenção de transformar álbum do Green Day em filme

Quem conhece o álbum American Idiot, da banda americana Green Day, não se surpreendeu quando as músicas deram origem a um musical em 2010. A novidade do cantor Billie Joe Armstrong e do diretor Michael Mayer é a ideia de transformar o espetáculo em um filme. Interessante ou absurdo?

Para quem ficou sem entender, a gente explica. American Idiot é um álbum conceitual que conta a história de três jovens sem rumo nos EUA pós-11 de setembro. Jesus of Suburbia odeia sua cidade e sua vida e deseja ir embora e recomeçar do zero. Ele conhece a garota Whatsername e St. Jimmy, um punk rebelde e autodestrutivo. Cada música do disco conta uma parte do desenvolvimento dos três personagens até um final supostamente trágico. Essa também é a história do musical, estrelado por Billie Joe Armstrong.

A ideia para o filme foi divulgada nesta semana, por Mayer, mas os planos já são antigos. Em 2009, Tom Hanks e Gary Goetzman já haviam expressado interesse em produzir. "Nós queremos fazer isso, então, acreditamos que é possível", disse Mayer ao New York Times.

Billie Joe também já falou sobre a adaptação, em entrevista à MTV americana, no ano passado: "Seria melhor se aproveitássemos as pessoas que já fazem parte da peça". Porém, Mayer já deixou claro que o vocalista do Green Day, de 38 anos, não deve repetir o papel de St. Jimmy no cinema. Enquanto ainda não há detalhes sobre a produção, dá para se ter uma ideia do clima da história nos clipes do Green Day para as músicas de American Idiot.

(O.C.)