quarta-feira, 20 de julho de 2011

Rússia decide investir mais em salas de cinema do que em produção de filmes

Segundo o site StudioBriefing, o governo russo decidiu investir uma parte maior de sua verba de cinema na construção de novas salas de cinema. Com isso, o dinheiro para produção de filmes russos diminuiu.

De acordo com o texto, a atitude foi impulsionada pelo fato de que os filmes de Hollywood rendem cinco vezes mais nos cinemas russos do que as produções locais.

A situação na Rússia e no Brasil é bem semelhante. Os governos locais historicamente favorecem a produção em detrimento à exibição e a participação de mercado do cinema nacional no circuito é mais ou menos a mesma.

Outro fator a ser jogado na equação: os dois países (ao lado da China) ganharam grande importância no mercado mundial de cinema nos últimos anos, já que as rendas nos Estados Unidos estão em queda e não há sinal de melhora em um futuro próximo.

Com tantas semelhanças, é válido “nacionalizar” a situação. Será que a manobra deveria ser aplicada no Brasil?

O circuito de cinema do Brasil não exibe tudo o que é produzido no país. Muitos filmes nacionais, inclusive premiados em festivais, não encontram espaço para terem uma estreia comercial.

Investir em novas salas exibidores, especialmente nas periferias e nas pequenas cidades (com preços acessíveis de ingresso) parece fazer mais sentido do que financiar mais filmes. A democratização do equipamento audiovisual (com webcams e câmeras de celular, por exemplo) facilitou a produção de conteúdo. Construir uma sala exibidora é algo mais complicado.

(Edu Fernandes)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Grandes estúdios buscam o próximo Carlos Saldanha

Os multimilionários estúdios de produção, como o Pixar, estão presentes no Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy (sudeste da França) para recrutar jovens talentos que poderiam ser o novo Carlos Saldanha, o diretor do filme "Rio", campeão de bilheteria.

O cineasta brasileiro, de 45 anos, diretor da saga "A Era do Gelo", ofereceu esta quarta-feira, em Annecy, um workshop sobre o processo de criação de "Rio", no qual lembrou que veio aqui com um curta-metragem, antes de filmar seu primeiro longa. 

Em Annecy, que é o grande evento mundial de animação, passaram também Tim Burton ("O estranho mundo de Jack"), o francês Michel Ocelot ("Kirikou"), Nick Park ("Wallace e Gromitt") e John Lasseter, diretor de "Toy Story", um dos filmes de maior bilheteria da história, que em 1995 revolucionou o cinema de animação. 

Como sabem todos os profissionais do cinema, há vários anos são os rendimentos do cinema de animação - que com os recursos de tecnologias inovadoras, efeitos especiais e histórias com intrigas para crianças e adultos atraem milhões de espectadores no planeta - que salvam o cinema que se vê nas salas. 

Para continuar colhendo vitórias e arrecadando milhões de dólares, os dois grandes estúdios de cinema de animação dos Estados Unidos, Pixar ("Toy Story", "Procurando Nemo", "Cars"), e da Dreamworks, produtora de "Shrek", o carismático ogro verde, e de "Kung Fu Panda", buscam recrutar os melhores profissionais da animação no mundo. 

Em Annecy, os dois estúdios organizaram sessões de recrutamento, entrevistando centenas de estudantes, alguns dos quais poderiam ser, um dia, os diretores de grandes sucessos de bilheteria ou criadores de novas técnicas de animação. 

"Annecy é o melhor lugar do mundo para que um estudante de animação possa fazer contatos", disse à AFP Georges Lessourd, após ser entrevistado por um representante dos estúdios Pixar, adquiridos em 2006 pela Disney, que pagou 7,4 bilhões de dólares. 

Lessourd fez fila, junto com centenas de estudantes de animação, em frente ao estande da Pixar no Carrefour da Creation, seção do Festival de Annecy realizada no luxuoso hotel Imperial há quatro anos para favorecer o encontro entre estudantes e grandes estúdios. 

A companhia Pixar, que comemora este ano seus 25 anos, ao longo dos quais colheu 22 prêmios Oscar da Academia que a consagraram no Olimpo dos filmes digitais, é um dos 22 estúdios no Carrefour, que organizaram sessões de recrutamento durante quatro dias.
Mas é o que mais aspirantes atrai, junto com a Dreamworks, cujos representantes entrevistam os candidatos durante 10 minutos. 

"Eu me saí muito bem", disse, otimista, a estudante Annie Sergent, aluna de uma escola de animação próxima a Montpellier (sudeste), afirmando que quer trabalhar nos Estados Unidos, país que é o primeiro produtor de filmes de animação, seguido de Japão e França. 

"Os Estados Unidos são o sonho de qualquer estudante de animação, é lá que onde estão sendo feitos os melhores filmes de animação, onde ocorrem as inovações técnicas", disse. 

Carlos Saldanha coincide que, embora haja imensos talentos em todas as partes do mundo, as oportunidades estão, sobretudo, nos grandes países produtores de cinema de animação. 

Enquanto isso, o Mifa - maior mercado internacional de cinema de animação do mundo, celebrado no Imperial, em paralelo com o Festival de Annecy - confirma, com mais de 450 estandes de 70 países que este setor da cinematografia está em franco crescimento. 

"O crescimento do mercado, como o do setor de animação, tem sido muito rápido nos últimos anos", explicou Mickael Marin, diretor do Mifa. 

"Estão presentes todos os profissionais de animação e Annecy é agora o local principal do mundo para o recrutamento" de animadores, concluiu.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Seleção de filmes remonta história do cinema mundial no MIS

Para escolher os 57 títulos da mostra "90 em Filmes", paralela à exposição "90 em Folha - Imagens do Brasil Moderno", o trabalho do empresário André Sturm, que esteve à frente do Cine Belas Artes por oito anos, foi mais árduo que o habitual.
Fazer o espectador ter a experiência de estar em uma sala de cinema nove décadas atrás foi um dos desafios na seleção das obras da mostra que vai até 14 de agosto no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo. 

"Optei por escolher somente filmes em películas de 35 mm. Os espectadores deveriam ter a sensação de assistir a obras com a qualidade da época", conta Sturm, que é também coordenador de fomento cultural da secretaria de Estado da Cultura. 

"Mas isso se tornou um problema, porque muitas cópias estão danificadas." 

TÍTULOS
 
Filmes como "O Conformista" (1970), de Bernardo Bertolucci, e "Cabra Marcado para Morrer" (1984), de Eduardo Coutinho, são algumas das obras que ficaram de fora por estragos na película. 

Outro objetivo foi escolher longas impactantes à época da estreia, como "Cidadão Kane" (1941), de Orson Welles, e "Um Dia Muito Especial" (1977), de Ettore Scola. 

Editoria de Arte/Folhapress

quinta-feira, 19 de maio de 2011

No cinema, homens falam e mulheres exibem suas curvas

Quem fez: Stacy L. Smith, Cynthia Kennard e Amy D. Granados
Instituição: Escola Annenberg de Comunicação e Jornalismo, da Universidade do Sul da Califórnia
Dados de amostragem: 4.370 trechos de 100 filmes de sucesso lançados em 2008
Resultado: Homens protagonizam papéis com mais diálogos e mulheres aparecem na maior parte das vezes com menos roupa

Um estudo conduzido por especialistas da Universidade do Sul da Califórnia (USC) provou através de números o que de certa forma já constatávamos: mulheres tendem a aparecer nos filmes de Hollywood com pouca roupa, enquanto homens tendem a pegar papéis com mais diálogo. Em síntese, elas são mais vistas e eles mais escutados.

Para chegar à conclusão, três especialistas da instituição americana, Stacy L. Smith, Cynthia Kennard e Amy D. Granados, analisaram 4.370 trechos de 100 filmes de sucesso lançados em 2008. Entre os títulos pesquisados estão Batman – O Cavaleiro das Trevas, Homem de Ferro e Crepúsculo.
 
A partir dessa análise, as cientistas descobriram que 67% dos papéis com fala pertenciam a atores homens, enquanto cerca da metade, ou seja, 33%, pertenciam a atrizes. Também são elas que costumam interpretar nos filmes as figuras sexualizadas. Do total de obras estudadas, as mulheres apareceram usando trajes provocativos em 26% dos casos, enquanto apenas 5% dos homens apareceram na mesma situação.
 
O mesmo ocorre em papéis que exijam nudez. As mulheres apareceram seminuas em 26% dos filmes analisados, enquanto apenas 8% dos homens interpretaram papéis onde era preciso mostrar parcialmente o seu corpo.
 
No mercado cinematográfico a situação não é diferente. Para cada cinco diretores, roteiristas e produtores homens, uma mulher executa as mesmas funções em Hollywood. “As mulheres representam cerca da metade da população nos Estados Unidos e são responsáveis por 50% da bilheteria no país. Contudo, elas continuam representando somente um terço dos papéis com falas nos filmes”, diz Stacy Smith, professora da USC e líder do estudo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Anne Hathaway e Jesse Eisenberg divulgam "Rio" no Complexo do Alemão

Anne Hathaway e Jesse Eisenberg cumprimentaram moradores do Complexo do Alemão - Vanderlei Almeida

Anne Hathaway e Jesse Eisenberg cumprimentaram moradores do Complexo do Alemão
Foto:Vanderlei Almeida

Atores fizeram a dublagem da animação dirigida por Carlos Saldanha

Os astros Anne Hathaway e Jesse Eisenberg estiveram em Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na manhã desta sexta-feira (25) para o lançamento do filme Rio, uma animação em 3D que tem a cidade brasileira como cenário. As informações são do G1.

— É minha primeira vez no Brasil, mas não a última. Estou muito contente de estar aqui na comunidade de vocês hoje —, disse Jesse.

Os atores conversaram com cerca de 90 crianças que esperavam para assistir ao desenho. A sessão de pré-estreia aconteceu no cinema 3D que foi inaugurado na comunidade de Nova Brasília em dezembro.

— Sei que vocês estão aqui hoje porque são bons alunos. Eu me diverti muito participando do filme e até em português eu tive que falar — disse Anne.

Também estavam presentes o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o diretor da animação, Carlos Saldanha. Após conversar com as crianças e responder algumas perguntas, os atores deixaram o local com forte esquema de segurança.

ZERO HORA

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Filmes com temática homossexual usam abordagens diferentes sobre o assunto


Uma série de filmes com temática homossexual tem causado a impressão de que o cinema brasileiro finalmente parece ter acordado para as possibilidades dramáticas do tema. A saída do armário do cinema brasileiro não é recente. Mas títulos como Elvis e Madona, de Marcelo Laffite, um dos que disputaram o Festival do Rio 2010, têm trabalhado a questão de uma forma bem diferente do que acontecia em décadas anteriores.

Nele, uma lésbica, Simone Spoladore, se apaixona e engravida de um travesti (Igor Cotrim). Longe de encarar a situação como um drama, a história ganhou contornos de chanchada carioca nas ruas de Copacabana.

— Os personagens são gays, mas não acho que o filme seja. Em primeiro lugar, é preciso considerar que é uma fábula, um pouquinho descolada da realidade. A cada 10 pessoas que assistem, sete adoram, uma não liga e duas odeiam — contabiliza Laffite.

Inclusive, o cineasta já considera a possibilidade de reeditar o trailer de lançamento do filme por considerar que ainda não representa a leveza com que o tema é abordado.

A homoafetividade é justamente uma das lacunas que o filme Como esquecer, de Malu de Moraes, tenta preencher. Na pele da professora universitária lésbica Júlia, a atriz Ana Paula Arósio sofre como o diabo para esquecer a ex-companheira Antônia. Enquanto o amigo, também homossexual e viúvo, Hugo (Murilo Rosa) tenta resgatá-la do fundo do poço levando-a para morar no subúrbio do Rio de Janeiro. Inspirado no livro Como esquecer: anotações quase inglesas, de Myriam Campello, o filme nem sequer considera o conflito de sexualidade.

— Os personagens já têm mais de 30 anos, supõe-se que já tenham essa questão bem resolvida — explica a diretora.

O esforço maior da produção concentrou-se em apresentar os sentimentos de pessoas que lidam com a perda, de maneiras diferentes.

— Acho que a Júlia é mais o estereótipo de uma mulher intelectual do que homossexual. A maneira de lidar com as perdas é que é a questão. Tentamos apresentar dramas humanos sem o uso de personagens caricatos, histriônicos. A gente fala sobre relacionamentos — sintetiza Malu.

Ano passado, o filme Do começo ao fim, de Aluizio Abranches, gerou polêmica. Menos por retratar a homossexualidade e mais porque o terceiro longa do diretor concentra o romance dos protagonistas entre dois irmãos.

Após uma bateria de entrevistas com produtores, atores e personalidades cinematográficas, a impressão da jornalista e apresentadora do Canal Brasil Simone Zucolloto é de que as mudanças ainda são tímidas.

— A maior conclusão é que o cinema brasileiro até hoje não aborda o homossexual da mesma maneira que aborda o heterossexual. Em geral, o viés dramático é sempre baseado na sexualidade — resume Simone.

Para o professor da escola de comunicação social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denílson Lopes, os novos filmes brasileiros que tratam do tema da homossexualidade tentam, de alguma forma, iniciar um diálogo com plateias cada vez maiores.

— Os filmes são acessíveis e não têm nada de experimentais. Não se vinculam ao cinema novo, marginal ou à videoarte. São filmes que almejam um público mais amplo — acredita o pesquisador.

Porém uma outra espécie de exclusão pode estar acontecendo nas telas.

— Há toda uma construção de quase um novo herói romântico. O gay ultraeducado que é o melhor amigo da amiga heterossexual. Nenhuma pessoa é assim o tempo todo. Todo mundo tem zonas cinzas. Essa inversão da imagem negativa para positiva tem sido feita de um jeito muito simplificado. É preciso se lembrar que a figura do herói pode ser tão simplista quanto a do vilão — critica Lopes.


CORREIO BRAZILIENSE

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

José Padilha vai ser jurado do Festival de Sundance

O cineasta brasileiro José Padilha, 43, vai ser um dos jurados do Festival de Sundance deste ano.

O diretor de "Tropa de Elite" e "Tropa de Elite 2" vai julgar os filmes da categoria documentário internacional.

Além de Padilha, também estará no júri da categoria a britânica Lucy Walker, que dirigiu o filme "Lixo Extraordinário", sobre o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz no aterro sanitário do Jardim Gramacho (RJ).

Completa o trio o produtor Mette Hoffmann Meyer.

Nas demais categorias, destaques para Matt Groening, criador de "Os Simpsons", que julgará os documentários americanos; America Ferrera, protagonista de "Ugly Betty", e Jason Reitman, diretor de "Obrigado por Fumar", que vão julgar ficções americanas; e Susanne Bier, que acaba de vencer o Globo de Ouro de filme estrangeiro, que julgará as ficções internacionais.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (18) pela organização do evento, que ocorre entre os dias 20 e 30 de janeiro.

O festival é considerado um dos mais importantes do mundo e tem foco em produções independentes.