segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Clássico de cara nova

por Marjorie Ribeiro

Na versão modernizada de Karate Kid, filho de Will Smith aprende kung fu com Jackie Chan e a história se passa, desta vez, na China



A tão esperada refilmagem de Karate Kid finalmente chega às telonas, numa adaptação atualizada do clássico dos anos 80. A proposta do diretor Harald Zwart é homenagear o original, agradar aos fãs do anterior dirigido por John G. Avildsenc e também ser atraente ao novo público, que desconhece o longa-metragem.

O enredo do filme de 2010 é bem semelhante ao lançado há 26 anos, mantendo a trama do garoto que procura um pai e mentor. Dre é um menino norte-americano que poderia ser o mais popular do colégio, mas é obrigado a mudar de país com a mãe. Sem muitos amigos na nova escola, tem de encarar as implicações de uma turma de valentões.

Um dia, ele conhece o senhor Han, zelador que é na verdade um sábio mestre de kung fu. É com ele que o menino aprende não só golpes para se defender, mas também preceitos morais da arte marcial que mudará seu comportamento perante a vida. No desenrolar da história, Dre se apaixona por Mei Ying, mas as diferenças culturais dificultam a relação. A paixão do garoto, que na trama tem apenas 12 anos, é umas das novidades da versão para o século 21.



Antes e depois

Todo o cenário foi modificado e as filmagens, que antes foram feitas no Japão, são realizadas na China, a terra do kung fu. Por isso, apesar do título permanecer o mesmo, agora é o kung fu e não o karatê que norteia a história. Como em um verdadeiro tour pelo país chinês, aparecem cenas dos principais pontos turísticos, como a Muralha da China e a Cidade Proibida.

Outra mudança é que o severo seansei Miyagi, interpretado por Pat Morita, é agora o sensível senhor Han, representado pelo ídolo oriental de Hollywood, Jackie Chan. Além disso, o badalado protagonista Daniel San (Ralph Macchio), fica mais novo com Dre Parker, vivido pelo astro adolescente Jaden Smith, filho dos atores Will Smith e Jada Smith.

Além disso, as sacadas são bastante parecidas e há referências ao clássico durante todo o filme. No atual, por exemplo, o senhor Han pede a Dre para vestir, tirar e pendurar a jaqueta um milhão de vezes. Quem assistiu o primeiro, entende a referência às falas "Pinte a cerca" e "Limpe o assoalho", que ficaram marcadas no original de 1984.

Revelação Mirim



Karate Kid apresenta como protagonita o mais novo queridinho-mirim de Hollywood. Com o papel de Dre Parker, Jaden Smith foi premiado pelo ShoWest 2010 como Astro Revelação do Ano. Essa, porém, não é a primeira vez que o garoto surpreende a crítica.

Em 2008, contracenou com Keanu Reeves e Jennifer Connelly na aguardada refilmagem da ficção científica O Dia em Que a Terra Parou. Sua atuação no blockbuster dirigido por Scott Derrickson lhe rendeu o Saturn Award de 2009 como Melhor Ator Infantil.

Já em 2006, encantou com a interpretação do pequeno Christopher Gardner Jr., em À Procura da Felicidade. Foi com este filme que recebeu seu primeiro prêmio no MTV Movie Award, como Desempenho Revelação, além de indicações no Teen Choice Awards.

Para quem estreou com apenas cinco anos na série televisiva produzida pela família, Smith All of Us, e aos onze, já apresenta um belo currículo de premiações, o garoto mostra que os holofotes são merecidos. E não somente por ser filho de estrelas de Hollywood.

Obra infantil de 1938 vai ao cinema com Jim Carrey

Seguindo o sucesso de Onde Vivem os Monstros, um livro infantil escrito por Richard e Florence Atwater em 1938 também vai ganhar sua adaptação às telonas, protagonizada pelo ator Jim Carrey. Trata-se da obra Mr. Popper's Penguins que conta a história de um pintor e os 12 pinguins que vivem com ele, os quais acabam participando de um show performático promovido por Popper. O longa-metragem que será dirigido por Mark Waters cogitou, antes de Carrey, os nomes de Ben Stiller, Jack Black e Owen Wilson para o papel principal.

Matt Damon e Clint Eastwood repetem parceria

Depois de trabalharem junto em Invictus, Matt Damon (Gênio Indomável e Zona Verde) e Clint Eastwood (Menina de Ouro e Os Imperdoáveis) vão repetir a parceira. Eastwood vai novamente dirigir Damon no longa Hereafter (ainda sem título em português), que tem o roteiro de Peter Morgan, indicado ao Oscar (Frost/Nixon e A Rainha).

Hereafter conta a história de três pessoas que são afetadas pela morte de maneiras diferentes. Matt Damon interpreta George, um operário norte-americano que tem uma conexão especial com o além. Em outro ponto do planeta, a jornalista francesa Marie (Cécile De France) acaba de passar por uma experiência de quase-morte que muda sua visão diante da vida. E quando Marcus (Frankie/George McLaren), um garoto londrino, perde uma pessoa muito próxima, ele começa uma procura desesperada por respostas. Enquanto cada um segue o caminho em busca da verdade, suas vidas se encontrarão e serão transformadas para sempre pelo que eles acreditam que possa existir, ou realmente exista - a vida após a morte.

O elenco principal também conta com a premiada atriz belga Cécile de France (Um Segredo em Família) interpretando Marie, e os gêmeos Frankie e George McLaren. Ainda no filme Jay Mohr (Os Reis da Rua e do seriado de TV Gary Unmarried), Bryce Dallas Howard (Eclipse e A Dama na Água), Marthe Keller, Thierry Neuvic e Derek Jacobi.

Hereafter é produzido por Clint Eastwood em parceria com a produtora Kathleen Kennedy (O Curioso Caso de Benjamin Button, Munique, ET – O Extraterrestre) e com Robert Lorenz (Cartas de Iwo Jima, Sobre Meninos e Lobos). Steven Spielberg, Frank Marshall, Peter Morgan e Tim Moore assinam a produção executiva.

Na equipe de bastidores, Eastwood reúne seus colaboradores de longa data, entre eles o diretor de fotografia Tom Stern, o desenhista de produção James J. Murakami, os editores Joel Cox e Gary D. Roach, e a figurinista Deborah Hopper.

As filmagens de Hereafter foram em Paris, Londres, Havaí e São Francisco. Previsto para estrear em fevereiro de 2011 no Brasil, o filme será distribuído mundialmente pela Warner Bros. Pictures.

Primeira imagem de Atividade Paranormal 2

A Paramount Pictures divulgou a primeira imagem oficial de Atividade Paranormal 2.

A foto nada mais é do que a reprodução de uma parte do trailer divulgado recentemente.

O filme é dirigido por Tod “Kip” Williams (Provocação) e estreia em 22 de outubro. O roteiro é de Michael Perry. O diretor e roteirista do primeiro filme, Oren Peli, está produzindo esta seqüência.

Apostando na formula já bem sucedida de A Bruxa de Blair (1999) - produção barata + estilo mockumentary - o primeiro Atividade Paranormal estreou em 2009 e foi sucesso de bilheteria, arrecadando mais de US$ 190 milhões. O filme, inclusive, alcançou o recorde que até então era de A Bruxa de Blair, tornando-se o mais lucrativo da história (na produção do longa foram gastos apenas US$ 11 mil).

Uma curiosidade sobre Atividade Paranormal é que, devido ao sucesso que fez em algumas exibições em festivais, uma cópia do longa caiu nas mãos de Steven Spielberg, que sugeriu que o final fosse mudado e ajudou a arrecadar mais US$ 4 mil para isso.

YouTube deve lançar serviço de filmes este ano

Títulos custariam US$ 5 e seriam assistidos em tempo real e não baixados para o computador

O YouTube está em negociações com estúdios de Hollywood para lançar um serviço de pay-per-view para filmes no site até o fim deste ano. A informação é do jornal Financial Times.

Por trás da ideia, está a disputa entre Google (dono do YouTube) e Apple pelo domínio da distribuição digital de filmes e programas de televisão. O Google usaria sua tecnologia de buscas na internet e o próprio YouTube para direcionar os internautas ao novo serviço, que deve ser lançado primeiro nos Estados Unidos.

Segundo o Financial Times, o aluguel de títulos custaria cerca de US$ 5. Os internautas assistiriam aos filmes online (processo conhecido como streaming), sem baixá-los para suas máquinas.

As negociações já ocorrem há vários meses, mas se intensificaram nas últimas semanas, diante da corrida tecnológica entre as gigantes do setor. Esta semana, devem ser apresentadas inovações na Apple TV, equipamento que conecta o televisor à internet e é mais uma grande aposta da empresa que criou o iPhone e o iPad.

O projeto do Google empolgou donos de estúdios americanos, ansiosos em descobrir novas formas de receita para substituir a venda de DVDs, em queda acelerada. Os filmes estariam disponíveis junto com seu lançamento em DVDs e nas lojas iTunes e Amazon.com.

O Google procura formas de conseguir dinheiro com o YouTube desde que adquiriu o site por US$ 1,6 bilhão, em 2006.

DIARIO.COM.BR

Papa-Léguas e Coiote em curtas 3D

Animações serão exibidas nos cinemas nos próximos lançamentos da Warner

A Warner Bros. Animation resgata seus personagens clássicos Papa-Léguas e Coiote e os leva de volta aos cinemas em três novos curtas-metragens. As animações acompanharão os próximos lançamentos da distribuidora em filmes para a família que chegam às telonas a partir deste ano, com projeção em 35mm e 3D.

O primeiro curta poderá ser visto com Como Cães e Gatos 2: A Vingança de Kitty Galore, que estreia em 3 de setembro no Brasil. A segunda animação será lançada com A Lenda dos Guardiões, em 8 de outubro. E o terceiro curta-metragem de animação dos Looney Tunes vai acompanhar Zé Colméia – O Filme, que estreia no Brasil em 4 de fevereiro de 2011.

Cada curta de animação tem a duração de três minutos. Neles, o Coiote segue determinado em capturar o arisco Papa-Léguas, que continua deixando seu desafortunado inimigo comendo poeira, sempre emitindo o sonoro “bip-bip”. No entanto, os personagens clássicos se adaptaram ao século 21, e agora o engenhoso Coiote terá à sua disposição um arsenal de equipamentos ACME de última geração para a captura de sua vítima – e toda essa ação será vista em 3D.

– Os espectadores sempre gostaram da perseguição obstinada do Coiote em busca do Papa-Léguas, sempre com resultados hilários, mesmo previsíveis – afirma Dan Fellman, presidente de distribuição da Warner Bros. Pictures.

– Os personagens serão apresentados pela primeira vez em 3D, o que vai aumentar a emoção e a comédia das perseguições, além de todo o impacto – pelo menos para o Coiote. As três novas aventuras vão divertir uma nova geração de fãs e relembrar a todos o motivo desses dois personagens serem tão amados por tanto tempo – conclui Fellman.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Brasil no Oscar 2011

Começaram as inscrições de filmes brasileiros para o Oscar 2011

O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual abriu hoje, até dia 30 de agosto, as inscrições para a seleção de filmes de longa-metragem aptos a concorrer ao prêmio de melhor filme em língua estrangeira na 83ª Premiação Anual promovida pela Academy of Motion Pictures Arts and Sciences - Oscar 2011.

O nome da produção brasileira escolhida será anunciado pela Comissão Especial de Seleção, no dia 23 de setembro. Já os cinco filmes selecionados para concorrer ao Prêmio de Melhor Língua Estrangeira serão anunciados em 25 de janeiro de 2011. A cerimônia de premiação será realizada no dia 27 de fevereiro de 2011.

A Comissão de Seleção que irá escolher o filme brasileiro será composta por membros indicados pelo Gabinete do Ministério da Cultura (MinC), pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC), pela Agência Nacional de Cinema do Brasil (Ancine) e pela sociedade Civil Organizada, representada pela Academia Brasileira de Cinema (CBC). A banca será composta por Cássio Henrique Starling Carlos, Clélia Bessa, Elisa Tolomelli, Frederico Hermann Barbosa Maia, Jean Claude Bernardet, Leon Kakoff, Márcia Lellis de Souza Amaral, Mariza Leão Salles de Rezende e Roberto Farias.

Mais informações no site do Ministério da Cultura (clique aqui)

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O Ministério da Cultura anunciou mudanças na Comissão de Seleção, responsável pela escolha do filme nacional que poderá concorrer ao prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar.

A partir deste ano serão quatro membros indicados pela Academia Brasileira de Cinema e outros três pelo Gabinete do Ministério da Cultura (MinC), pela Secretaria do Audiovisual (SAv), do Ministério da Cultura, e pela Agência Nacional de Cinema do Brasil (Ancine).

A decisão de incluir a Academia Brasileira de Cinema na Comissão é uma reivindicação antiga da entidade e determinada pelo secretário do Audiovisual, Newton Cannito, em conjunto com o ministro da Cultura, Juca Ferreira. A ideia é democratizar a escolha do filme brasileiro indicado ao Oscar e fortalecer a Academia Brasileira de Cinema.

O período para inscrições dos filmes vai de 9 a 24 de agosto. O anúncio do título eleito será feito em 16 de setembro.

Novo filme de Godard estreia no Brasil em dezembro

O novo filme do diretor francês Jean-Luc Godard, Film Socialism, chega aos cinemas brasileiros no dia 3 de dezembro. A data foi confirmada hoje pela distribuidora Imovision.

Estrelado por Patti Smith, Élisabeth Vitali e Christian Sinniger, Film Socialism foi um dos destaques da mostra Un Certain Regard, a segunda mais importante do Festival de Cannes. Na ocasião, Godard surpreendeu o mundo do cinema ao disponibilizar seu filme para ser assistido na internet entre os dias 17 e 19 de maio, justamente entre a exibição em Cannes e a data de estreia nos cinemas franceses.

Fantaspoa revisitado

Foram 17 dias de muita programação, com curtas, mostras paralelas de longas-metragens, sessões comentadas e mostra competitiva. A sexta edição do Fantaspoa - Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre reuniu cerca de cinco mil pessoas. Foram 138 filmes que ofereceram um panorama abrangente do cinema fantástico mundial, com destaque para obras recentes de fantasia, ficção científica, horror e thriller, além de clássicos e filmes raros, a maioria inédita no Brasil. O diretor italiano Luigi Cozzi foi o grande homenageado desta edição e esteve presente no evento.

Um show de música gaúcha e argentina preparado especialmente para os diretores convidados

Distribuidoras se unem para lançar novo filme de Selton Mello

As duas principais distribuidoras do Brasil, a Imagem Filmes e a Europa Filmes, se uniram para a distribuição de O Palhaço, segundo filme do ator Selton Mello como diretor. Produzido pela Bananeira Filmes e co-produzido pela Mondo Cane Filmes, as filmagens de O Palhaço ocorreram entre os meses de março e abril, na cidade de Paulínia, interior do Estado de São Paulo. O lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2011.

Selton dirige e atua ao lado do ator Paulo José. O filme gira em torno da crise existencial vivida por Pangaré, que questiona o ofício de palhaço ensinado por seu pai, o Puro Sangue (Paulo José), e sonha em ter um CPF e um endereço fixo.

Gramado 2010

Foram anunciados, hoje de manhã, os filmes da mostra competitiva do 38º Festival de Cinema de Gramado, que ocorre dos dias 6 a 14 de agosto. São oito longas-metragem nacionais, sete estrangeiros e 16 curtas nacionais. O troféu Oscarito vai para Paulo Cesar Pereio e o prêmio Eduardo Abelin, para a diretora Ana Carolina Soares.

Longas Brasileiros

180º
Direção: Eduardo Vaisman (Rio de Janeiro)
Sinopse: o filme conta a história de Anna, Russell e Bernardo, três personagens da classe média urbana carioca. Eles apostam tudo o que têm num arriscado jogo de paixões, que envolve a autoria de um livro de sucesso. Sua narrativa não-linear convida o espectador a montar um intrincado quebra-cabeça, cuja solução está tanto no presente quanto no passado dos personagens.

Diário de uma Busca
Direção: Flavia Castro (Rio de Janeiro)
Sinopse: Celso Afonso Gay de Castro morreu aos 41 anos, em Porto Alegre. Entre seu nascimento (1943) e sua morte (1984), uma vida de militância, fuga, sucessivos exílios, amores e filhos. O filme é um “diário de viagem” pelos países em que Celso foi exilado e que foram também os países da infância da diretora, Flávia, filha de Celso – Brasil, Chile, Argentina, Venezuela, França. Uma trajetória nas entrelinhas da grande história: uma família, com crianças, cachorro, malas sempre sendo feitas e desfeitas, mas que traz em si um pouco do cotidiano de uma geração de militantes de esquerda dos anos 60-70. O filme esboça o movimento que começou com o sonho e alegria de se ter um ideal político até a morte prematura de Celso, envolta em mistérios e que Flávia tenta desvendar.

Enquanto a Noite Não Chega
Direção: Beto Souza (Porto Alegre)
Sinopse: uma cidade em ruínas e apenas três habitantes: um casal de velhos, Eleutério e Conceição, e o coveiro Teodoro. Para honrar a promessa de enterrar até o último morador do lugar, Teodoro aguarda a morte dos dois para ir embora da cidade. Conceição e Eleutério não saem de casa há muito tempo. Vivem apenas com um punhado de mantimentos e as lembranças dos filhos e antigos habitantes da cidade, vistos através de filmes antigos. Para surpresa dos velhos, um dia Teodoro não aparece para jantar. Eles ficam preocupados com o amigo e decidem que na manhã seguinte irão até ao cemitério procurá-lo. Partem logo cedo. O vento forte e a cidade em ruínas transformam o caminho num encontro entre a vida e a morte, o passado e o futuro. Eles encontram Teodoro, que está doente e já sabe o seu fim. A noite chega e os velhos percebem que não podem mais voltar.

Não Se Pode Viver Sem Amor
Direção: Jorge Durán (Rio de Janeiro)
Sinopse: 23 de dezembro. Gabriel, de 10 anos, e Roseli, de 30 anos, chegam ao Rio de Janeiro para encontrar o pai do menino que os abandonou. Nessa noite, sua travessia pela cidade desconhecida os leva a encontrar João, jovem advogado desempregado e apaixonado que procura uma solução desesperada que melhore sua vida; Pedro, pesquisador universitário, que precisa decidir entre a mulher e a profissão; Gilda, dançarina de boate que deseja ir embora, mas está presa à felicidade que deixou escapar. Todos eles estão vivendo situações limites que a proximidade do Natal torna mais pungente. Mas é desses encontros inesperados que renasce neles alguma esperança e o sentimento de que não se pode viver sem amor.

O Último Romance de Balzac
Direção: Geraldo Sarno (Rio de Janeiro)
Sinopse: em 1965, Waldo Vieira, médico, médium espírita que trabalhava próximo a Chico Xavier, psicografa o romance Cristo Espera por Ti, ditado pelo espírito do escritor francês Honoré de Balzac. Muitos anos depois, o livro cai nas mãos do psicólogo Osmar Ramos Filho, recém chegado da Bélgica, que lhe dedica 10 anos de estudos. O Último Romance de Balzac é um documentário que, baseado nas pesquisas de Osmar Ramos sobre o livro psicografado Cristo Espera por Ti e nas relações “arqueológicas” que este livro estabelece com a obra de Honoré de Balzac, especialmente com o romance La Peau de Chagrin (dramatizado no documentário), irá expor e analisar o processo de criação de Honoré de Balzac a partir de um ponto de vista bastante incomum e original.

Ponto Org
Direção: Patricia Moran (São Paulo)
Sinopse: fronteiras sociais e recursos de linguagem jogam o filme e seus personagens. Com uma câmera na mão, crianças da periferia registram a vida da cidade, brincam com potenciais perigos urbanos. Ponto Org é uma sinfonia audiovisual do encontro do mineiro Diamantino com São Paulo, das descobertas de Bárbara através das imagens inquietas das crianças e de personagens fantasmas a espreitar o movimento das esquinas. A cidade personagem recebe projeções de imagens, movimentos de luzes, abriga os sonhos e segredos sobre os medos daqueles para quem a rua é um lar.

O Contestado – Restos Mortais
Direção: Sylvio Back (Rio de Janeiro)
Sinopse: com o testemunho de trinta médiuns em transe, articulando ao memorial sobrevivente e à polêmica com especialistas, O Contestado – Restos Mortais é o resgate mítico da chamada guerra do Contestado ( 1912 – 1916), envolvendo milhares de civis e militares. O sangrento episódio conflagrou Paraná e Santa Catarina por questões de fronteira e disputa de terras, mesclando a eclosão de um surto messiânico de grandes proporções.


Longas Estrangeiros

El Vuelco Del Cangrejo
Direção: Oscar Ruiz Navia (Colômbia/França)


Historia De Un Dia
Direção: Rosana Matecki (Venezuela)


La Vieja De Atras
Direção: Pablo Jose Meza (Argentina/Brasil)


La Yuma
Direção: Florence Jaugey (Nicarágua)


Mi Vida Con Carlos
Direção: German Berger (Chile/Espanha/ Alemanha)


Ojos Bien Abiertos: Un Viaje por la Sudámerica de Hoy
Direção: Gonzalo Arijon

Curtas Nacionais

Amigos Bizarros do Ricardinho
Direção: Augusto Canani (Porto Alegre)

A Minha Alma É Irmã de Deus
Direção: Luci Alcântara (Recife)

Babás
Direção: Consuelo Lins (Rio De Janeiro)

Carreto
Direção: Cláudio Marques e Marília Hughes (Salvador)

Em Trânsito
Direção: Cavi Borges (Rio de Janeiro)

Eu Não Quero Voltar Sozinho
Direção: Daniel Ribeiro (São Paulo)

Haruo Ohara
Direção: Rodrigo Grota (São Paulo)

Mar Exílio
Direção: Eduardo Morotó (Rio de Janeiro)

Naiá e a Lua
Direção: Leandro Tadashi (São Paulo)

Ninjas
Direção: Dennison Ramalho (São Paulo)

Os Anjos do Meio da Praça
Direção: Alê Camargo & Camila Carrossine (São Paulo)

Pimenta
Direção: Eduardo Mattos (São Paulo)

Pinball
Direção: Ruy Veridiano (São Paulo)

Ratão
Direção: Santiago Dellape (Brasília)

Um Animal Menor
Direção: Pedro Harres e Marcos Contreras (Porto Alegre)

Vento
Direção: Marcio Salem (São Paulo)

Jogos Mortais VII estreia em outubro no Brasil

O sétimo filme da franquia Jogos Mortais ganhou data de estreia no Brasil: 29 de outubro. O longa terá formato 3D.

Jogos Mortais VII é dirigido por Kevin Greutert (Jogos Mortais VI) e tem no elenco Tobin Bell, Cary Elwes, Costas Mandylor, Betsy Russell e Sean Patrick Flannery. O filme mostra um grupo de sobreviventes de Jigsaw que busca a ajuda de Bobby Dagen, que também sobreviveu aos terrores, mas que tem segredos obscuros capazes de criar uma nova onda de horror.

O ator Cary Elwes voltará a viver Dr. Gordon. Para quem não se lembra, ele foi o primeiro sobrevivente da franquia, o médico que consegue escapar no primeiro filme sem um dos pés. O retorno de Elwes é esperado desde o lançamento do segundo filme, e deve encerrar muitas pontas soltas da franquia.

Exposição reúne obras do ator Dennis Hopper

O Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles abriu recentemente uma exposição em homenagem ao falecido (e saudoso) ator Dennis Hopper.

Mais conhecido pelo seu trabalho no cinema, ele foi também um grande pintor, artista plástico e fotógrafo. A exposição Dennis Hopper: Double Standard dá uma boa amostra do talento e da versatilidade de Hopper nestas áreas. São pinturas abstratas, esculturas, telas em grafite e quase uma centena de fotografias, considerado seu trabalho mais original.

Como nem todos os fãs de Hopper podem ir a Los Angeles matar a saudade, seguem aqui algumas imagens da exposição:

Coca Cola Sign

Morocco

O artista James Rosenquist na visão de Hopper

Biker Couple

La Salsa Man

O artista Andy Warhol também foi tema do ator

Fotos e mais fotos

Riqueza em detalhes

A Jovem Rainha Vitória capricha em preciosismos

Simples, leve e belo. Assim é A Jovem Rainha Vitória, de Jean-Marc Vallée, que está em cartaz nos cinemas. São cerca de 100 minutos de um filme delicioso de se assistir.

A Rainha Vitória é uma das figuras mais importantes do Reino Unido e sua trajetória já é bem conhecida. Sabendo disso, o excelente roteirista Julian Fellowes (Assassinato em Gosford Park) faz uma trama simples, sem grandes preocupações históricas, mostrando apenas um panorama do início do reinado mais longo da Inglaterra e de um dos primeiros casamentos por amor de que se tem notícia na história na coroa inglesa. A falta de conflitos densos poderia tornar o filme monótono, mas as riquezas de detalhes, tanto no roteiro de Fellowes quanto na direção, fazem de A Jovem Rainha Vitória mais um filme de época inglês encantador.

Vitória é a única a sucessora natural de seu tio, o Rei William IV, e o centro de uma disputa política na Europa. Sabendo disso, sua mãe a cria em total clausura, planejando assumir a regência até os 25 anos da filha. Só que Vitória quer se libertar do domínio materno e se recusa a lhe passar o trono. Poucos dias antes da morte de seu tio, ela conhece o Príncipe Albert, seu primo-irmão que se aproxima dela por interesse político do tio de ambos, o Rei Leopold, da Bélgica, mas acaba ficando encantado pela futura rainha. Aos 18 anos ela é coroada e, ao mesmo tempo em que intensifica seu envolvimento com Albert, cria uma forte amizade com o lorde Melbourne (Paul Bettany), primeiro ministro da época e que se torna seu assessor pessoal.

Mesmo sendo retratada como uma mulher determinada e objetiva, pequenos detalhes no seu comportamento revelam também um lado ainda infantil e imaturo. E esta dualidade da personagem é uma das maiores riquezas do longa. A determinação de assumir o comando de seu país é contrastada com a insegurança de que Albert tome seu poder. A postura adulta diante dos conselheiros reais é como um contraponto, por exemplo, ao jeito sapeca com que brinca ao descer as escadas de sua residência - sempre acompanhada de alguém, obedecendo à ordem de sua mãe (aliás, uma bela metáfora da prisão domiciliar em que jovem vivia).

A racionalidade com a qual lida com interesses inescrupulosos de seus familiares some quando acata incondicionalmente todos os conselhos de Melbourne, num misto de paixão platônica e admiração. A maneira como se senta na cama ou poltronas de seu palácio, infantilmente balançando os pés, é bem diferente de suas atitudes nos passeios reais. A sensatez das respostas dadas ao principal rival político nem parece ser da mesma pessoa que pinta e dá banho em seu cachorrinho, como se ele fosse um bebê. O apego emocional por sua governanta mostra uma carência afetiva que em nenhum momento transparece diante de outras pessoas, nem mesmo quando pede Albert em casamento.

Tudo isso são preciosismos brilhantes que nos ajudam a captar a essência desta jovem rainha, que assumiu o trono de uma das potências mais importantes do mundo ainda quase criança. Junte a isso os excelentes figurinos da três vezes oscarizada Sandy Powell, que fez uma réplica do vestido original usado por Vitória em sua coroação, e a impecável direção de arte, que recria detalhadamente o ambiente da época. Um filme que nos conquistas pelos seus requintes.

Emily Blunt tem sido uma doce revelação desde O Diabo Veste Prada e em A Jovem Rainha Vitória não é diferente. Ela está totalmente convincente no papel da monarca, dando doses exatas de pureza, esperteza e infantilidade à personagem. Rupert Friend também concede uma serenidade incrível ao seu Príncipe Albert, numa interpretação moderada e madura - tal qual o personagem real, que foi de extrema importância no reinado de Vitória, sempre atuando de forma discreta.

Uma grande revelação é Paul Bettany como o carismático e cínico Lorde Melbourne. Destaque para a participação pequena, mas muito especial de Jim Broadbent, como Rei William, e para Miranda Richardson, como a inescrupulosa e manipulável Duquesa de Kent, mãe de Vitória. E tem também o vilão da vez Mark Strong, como o interesseiro sir John Conroy, companheiro da duquesa.

A cena de um diálogo entre Vitória e Albert, logo que se conhecem, resume a relação dos dois no filme e em toda a vida. Eles jogam xadrez e Vitória comenta que se sente “uma peça de xadrez em um jogo contra sua vontade”. E ele responde que mais interessante do que encontrar alguém que jogue por ela (numa referência a sua mãe e todos a sua volta) é ter um companheiro que jogue com ela.

Um trocadilho de preposições que mostra a riqueza do roteiro e do filme como um todo.

Divulgado trailer de Mamonas para Sempre

Foi divulgado o trailer oficial do documentário Mamonas Para Sempre, O Doc. O longa é dirigido por Cláudio Kahns.

Em menos de 10 meses, a banda Mamonas Assassinas saiu do anonimato para um dos maiores fenômenos da música brasileira. Irreverentes, inteligentes, sarcásticos e criativos, o grupo arrebatou o Brasil e, em pouco mais de seis meses, vendeu dois milhões de cópias de discos.

O documentário tem material inédito e depoimentos de parentes, amigos, produtores e músicos que recontam a trajetória do grupo, os desafios, a ascensão e o trágico acidente aéreo que matou todos os seus integrantes em 1996.

Wes Craven começa a rodar Pânico 4 em clima de total mistério

http://wp.clicrbs.com.br/matine/2010/07/01/wes-craven-comeca-a-rodar-panico-4-em-clima-de-total-misterio/?topo=77,2,18,,,77Wes Craven começou a rodar Pânico 4. O roteiro é de Kevin Williamson, que acertou a mão no primeiro filme da série - e, diante do péssimo segundo filme, não entrou na indiada do terceiro.

Adam Brody, Marley Shelton e Erik Knudsen são os mais novos nomes que integram o elenco. Neve Campbell (a chatérrima Sidney), David Arquette (o policial imbecil e inútil que deveria ter morrido no primeiro filme) e Courteney Cox (a jornalista que parece ser a única a usar o cérebro) também estão de volta, embora a ideia seja passar o bastão para o quarteto Emma Roberts, Hayden Panetierre, Rory Culkin e Nico Tortorella.

Diretor e roteirista estão mantendo a trama em total sigilo para não acabar com a graça de saber quem é o assassino mascarado desta vez – tanto que nem os próprios atores puderam ler todo o roteiro para não saberem o gran finale.

O que se sabe até agora é que Brody fará um policial recém-formado que foi criado assistindo ao seriado de TV CSI (do qual eu sou fã, por sinal)– personagem semelhante ao de David Arquette nos três filmes anteriores. Marley Shelton será uma delegada que conheceu a personagem de Campbell no colégio (provavelmente umas das suspeitas de ser o assassino). Erik Knudsen terá um papel semelhante ao que Jamie Kennedy representou nos dois primeiros filmes Pânico: alguém familiarizado com as convenções dos filmes de horror e que garante um pouco de alívio cômico.

Não sei se isso é uma notícia boa ou ruim. Wes Craven retomar o terror no qual ele se tornou mestre até pode ser positivo, mas diante do fiasco de filmes como O Retorno de Freddy Krueger, Amaldiçoados e os dois últimos filmes da série fica difícil acreditar em um quarto longa que, usando a mesma fórmula, não seja patético e chato.

Devaneios a parte, o site Shockya já divulgou um primeiro cartaz do novo filme.


Começam as filmagens do primeiro filme infantil de Martin Scorsese

Se você leu este título acima e está embasbacado, sabia duas coisas:

1) O título está correto.
2) Eu também estou.

A Sony anunciou o início das filmagens da adaptação do livro infantil A Invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick, com direção de Martin Scorsese.

O filme, que aparentemente se chamará apenas Hugo Cabret e será em 3D, tem no elenco nomes estrelados como Sir. Ben Kingsley, Asa Butterfield (aquele gurizinho fofo de O Menino do Pijama Listrado) e Chole Moretz. Também foram anunciados os nomes de Jude Law, Ray Winstone, Christopher Lee, Helen McRory, Frances De La Tour e Richard Griffiths.

Scorsese adquiriu os direitos do filme em 2007. A história segue o órfão Hugo na Paris dos anos 30. Ele vive no telhado de uma estação de trem e se ocupa de cuidar do relógio enquanto tenta consertar uma espécie de robô deixado pelo seu falecido pai.

O roteiro foi desenvolvido por John Logan, que já trabalhou com Scorsese em O Aviador (isso me dá muito medo, já que considero este o filme mais chato do diretor). A produção está sendo rodada em Londres e Paris e entre os produtores do longa está Johnny Depp.

O filme deve chegar às telas no fim de 2011.

Novo filme de Woody Allen estreia no Brasil em dezembro

Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos é o título em português do novo filme de Woody Allen, You Will Meet A Tall Dark Stranger, que estreia no Brasil no dia 17 de dezembro, que será distribuídos pela Paris Filmes.

Como nos últimos filmes do diretor, o filme conta com um elenco estrelado, que inclui os atores Antonio Banderas, Josh Brolin, Anthony Hopkins e Naomi Watts, além de Gemma Jones, Freida Pinto, Lucy Punch e Roger Ashton-Griffiths.

O filme conta a história de dois casais: Alfie (Hopkins) e Helena (Jones) e sua filha Sally (Watts), casada com Roy (Brolin), abordando as suas paixões, ambições, ansiedades e, logicamente, suas insanidades. Depois que Alfie deixa Helena em busca da sua juventude perdida com uma menina liberal chamada Charmaine (Punch), Helena abandona sua própria racionalidade e entrega sua alma para um vidente charlatão. Também infeliz no casamento, Sally desenvolve uma paixonite pelo seu elegante chefe, proprietário de uma galeria de arte, Greg (Banderas), enquanto o escritor de romances Roy, aguarda ansiosamente resposta da editora para seu último manuscrito.

Scorsese roda seu mais novo filme em Paris

A Invenção de Hugo Cabret é o primeiro filme do diretor em 3D e voltado para o público infantil

Martin Scorsese está em Paris rodando seu mais novo filme, A Invenção de Hugo Cabret, no qual o diretor presta homenagem ao cineaste Georges Méliès (1861 — 1938). As gravações começaram no dia 16 de agosto e devem ser concluídas nesta semana, quando toda a equipe irá para Londres filmar algumas cenas.

Atores chegando ao set de filmagens

Scorsese observa a movimentação


Imagem do set

Imagem do set

Imagem do set

Imagem do set

Sir Ben Kingsley como Georges Melies

O diretor e sua equipe

A Invenção de Hugo Cabret é a primeira experiência em 3D do diretor e também o primeiro filme de Scorsese destinado ao público infantil. A trama é inspirada no romance infantil de mesmo título de Brian Selznick, publicado nos EUA em 2007. O filme conta a história o órfão Hugo Cabre, que mora em uma estação ferroviária de Paris até conhecer um misterioso vendedor de brinquedos que transforma sua vida.

O garoto será vivido por Asa Butterfield, de 13 anos – para quem não lembra, ele atuou em O Menino do Pijama Listrado. Caberá a ninguém menos que Sir Ben Kingsley dar vida a Méliès - um dos percussores do cinema francês e considerado por muitos como o “pai dos efeitos especiais”. Christopher Lee, Sacha Baron Cohen, Chloë Moretz e Jude Law são outros protagonistas do filme, co-produzido por Scorsese, Graham King, Tim Headington e o ator Johnny Depp.

Já caiu na rede um vídeo da equipe de filmagem pelas ruas de Paris.

Lugares de Ensino do Audiovisual, e a Licenciatura em Cinema e Audiovisual da UFF

por João Luiz Leocadio

As inovações tecnológicas são marcas do desenvolvimento humano em todas as civilizações e, frequentemente, são utilizadas para caracterizar e demarcar uma época, ou uma geração. A Idade dos Metais frente a Idade da Pedra pode exemplificar uma dessas referências ao apontar para algumas transformações sociais produzidas pela descoberta dos modos de usar o cobre, o bronze e o ferro. As classes dominantes reforçavam sua posição de poder e dominação pela posse de utensílios e produtos de metal, desde objetos simples de uso domiciliar, passando por adornos pessoais até chegarmos às armas para caça e defesa, o que levou a configurar hábitos sociais e práticas comerciais que resultaram na estratificação econômica da população a partir do acesso a determinados artefatos de metais.

Com o audiovisual não é diferente. Surgido no século XX, através do cinema, da televisão e das mídias digitais, o audiovisual teve seu acesso ampliado gradativamente começando pelos grandes salões, com a primeira exibição de cinema no Gran Café em Paris, até se disseminar para grandes contingentes da população que pouco a pouco foi ganhando acesso. Tal qual os adornos de metais, que marcaram uma Era na Pré-História, o audiovisual marcou o século passado com a difusão de cultura nas grandes salas de exibição até chegar às residências populares nas zonas rurais e de periferia.

Embora seja verdade que parte da população mundial esteja na idade da pedra das imagens, nós aqui no Brasil desfrutamos de algumas oportunidades estimulantes para nos inserir na Era do Audiovisual, ainda que não façamos parte das classes dominantes da linguagem audiovisual. A democratização dos meios de comunicação fazem parte desse debate e a defesa individual e a caça de opressores substituiu as armas de metal por câmeras de qualquer tamanho e formato.

O audiovisual ampliou a presença das imagens na sociedade diversificando as possibilidades de difusão de cultura, fazendo com que surgissem novos valores de modernidade e de poder, análogo aos que existiam na Pré-História com o uso dos metais, a partir da onipresença das imagens. Estabeleceram-se novas hegemonias e dominações a partir de quem produz imagens e sons em relação a quem consome audiovisual, fenômeno que se insere na discussão mais ampla dos meios de comunicação, e que são características de uma nova organização social: a sociedade audiovisual.

Ao lado desse fenômeno de consumo é inegável o papel singular que o audiovisual tem desempenhado no apefeiçoamento dos processos de comunicação, seja ele pessoa a pessoa ou em sistemas de difusão de informação em massa. A facilitação do acesso aos meios de produção e difusão de conteúdo tem se acelerado vertiginosamente a partir dos anos 80 do século passado obrigando a sociedade a incorporar esses dispositivos como insumos básicos de consumo e de uso para trocas sociais.

Certamente que no contexto das comunicações é preciso registrar o advento do telégrafo, dos correios, do rádio, como antecessores da indústria criativa do audiovisual, mas é inquestionável que a combinação de som e imagem potencializaram o diálogo multisensorial até então inexistente. Essa combinação de sentidos resgata toda uma história de arte e criação revelando novas qualidades dos elementos constitutivos dessa nova forma de expressão: a linguagem audiovisual.

É nesse contexto que devemos olhar o ensino do cinema e do audiovisual. De uma lado a cadeia produtiva da indústria da comunicação, do outro a criação e a experimentação de uma nova linguagem expressiva com o potencial ilimitado das artes dos sons e das imagens.

Desde as primeiras escolas soviéticas dos anos 20 até os dias de hoje, essas duas perspectivas se fazem presente e exigem forte consistência acadêmica para propiciar uma sólida formação técnica e artística para os alunos. Não se trata apenas de repassar procedimentos técnicos ou soluções já consagradas mas é preciso instigar a pesquisa e a investigação na inovação que, no caso da arte, é imaterial.

O valor de consumo é substituído pelo valor subjetivo. O produto disputa com o processo o foco da realização. São questões que confrontam o próprio conceito de indústria, habituada a ser um ambiente construído para multiplicação e reprodução de modelos existentes. Esse amplo conceito, para toda uma indústria, exige um complexo conjunto de ações formulado por diferentes atores sociais, que incluem agentes públicos e privados, cujas iniciativas visam ampliar o acesso a produção e consumo do audiovisual, particularmente o nacional

Na Universidade Federal Fluminense esse debate ocorre há mais de quarenta anos http://www.ufscar.br/rua/site/?p=1962" e um pouco do que é produzido no curso é exibido em festivias e mostras, nacionais e internacionais, assim como é refletido em monografias disponíveis na Revista Rascunho ,a href="http://sites.google.com/site/monografiascineviuff/">http://sites.google.com/site/monografiascineviuff, enquanto que as dissertações e teses se juntam a outros esforços parcialmente sistematizados em sites de cinema, como é o caso do mnemocine www.mnemocine.com.br. O questionamento político e social, a problematização dos costumes e hábitos culturais, o conhecimento científico e o desenvolvimento de um pensamento crítico sobre o cinema e o audiovisual, são temas recorrentes para se pensar quer na escola ou fora dela.

Esse caminho iniciado por Nelson Pereira dos Santos em 1968, tem como uma de suas principais marcas a realização audiovisual com liberdade criativa. Esse fundamento é base para todo o projeto de uma escola que pretende formar indivíduos capazes de intervir em novos processos a partir de um olhar estético formulado pelo cinema. Essa pedagogia tem permitido que nossos ex-alunos atuem no mercado profissional do cinema, da televisão, da telefonia celular e, mais recentemente, na do videogame, além de contribuir para a construção de novos ambientes de ensino, seja em escolas livres de cinema, seja na organização de cineclubes, mostras, festivais, além de participarem no campo político na gestão de projetos de incentivo à difusão do audiovisual. Por isso defendemos propostas de financiamento público para jovens realizadores cujo perfil profissional se define durante essa imersão em mercados formais e informais http://www.revistaglobalbrasil.com.br/?tag=cezar-migliorin sem o que podemos perder a oportunidade de revelar carreiras artísticas ocultas em subempregos ou em empregos para subsistência.

Esse amplo perfil profissional faz parte das diretrizes curriculares formuladas pelo FORCINE – Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual, aprovadas em 2006 pelo Conselho Nacional de Educação http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces10_06.pdf, é fruto das experiências de ensino de cinema no Brasil ocorridas a partir dos anos 60, com destaque para a Escola Superior de Cinema da Universidade Católica de Minas Gerais, a Escola Superior de Cinema São Luiz, e os cursos de cinema da Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo e a Universidade Federal Fluminense. Desde então surgiram novas escolas de Cinema e Audiovisual nas Universidades Públicas e Privadas em todo o território brasileiro.

Enquanto isso, prospera no Brasil, em espaços não formais, experiências bem sucedidas de ensino de cinema como a do Vidigal, ligada ao Grupo Nós do Morro, a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, as oficinas de audiovisual na Maré e na CUFA (Central Única de Favelas) e tantas outras. Oficinas de fotografia como as promovidas pelo Programa Agência-Escola Imagens do Povo http://www.imagensdopovo.org.br assim como projetos de realização audiovisual na pré escola apoiado pela Faperj http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=5541 demonstram o que o esforço para difundir e ensinar o audiovisual se constituem em linhas de ação tanto de organizações não governamentais como de instituições públicas.

Destaca-se, também, um programa do Ministério da Cultura designado como Cine Mais Cultura, que está implantando 1.600 salas de exibição de cinema brasileiro em instituições da sociedade civil articuladas com o poder público, numa clara demonstração de que o Estado brasileiro também quer contribuir para a superação das barreiras culturais impostas pelo atraso no desenvolvimento de uma indústria audiovisual nacional. O novo passo desse ambicioso e inédito projeto é inserir essas salas de exibição nas escolas públicas, fazendo reacender os ideais que fundaram o INCE – Instituto Nacional de Cinema Educativo dos anos 30. (Em Brasília, por meio de emenda parlamentar, esse projeto já está em implantação nas 87 escolas públicas do Distrito Federal.) Com a mesma urgência de fazer chegar o cinema nas escolas, tramita o projeto de Lei do Senador Cristovam Buarque, que prevê a exibição de 2 horas semanais de cinema nacional nas escolas públicas. É um projeto importante e que se articula com a política nacional de cultura do MinC de levar o audiovisual para o cotidiano do ambiente escolar.

É nesse contexto de urgências, que a UFF diagnosticou a necessidade de capacitar profissionais formados na área do cinema e do audiovisual para assumir o lugar de ensino nas escolas e planejar esses cursos, uma vez que quase todas essas experiências tem sido conduzidas por pessoas com alguma formação em cinema ou em áreas afins. O curso de Licenciatura em Cinema e Audiovisual visa contribuir para a consolidação dessas ações além de ampliar a dimensão do cinema descrita nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte ftp://ftp.fnde.gov.br/web/pcn/05_08_artes.pdf e que tem sido negligenciada há décadas nas escolas públicas.

O projeto elaborado pelo Departamento de Cinema e Vídeo em 2009 foi incluído no Programa Reuni, do Governo Federal, como parte dos compromissos da UFF com a expansão de vagas nos vestibulares universitários. Trabalhamos com a possibilidade de oferecimento de 20 vagas no vestibular em 2011/12 dependendo da conclusão das obras já iniciadas no campus do Gragoatá, em Niterói-RJ, às margens da Baía de Guanabara.

O curso terá a duração de quatro anos com disciplinas do campo do Cinema e do Audiovisual, como História do Cinema Brasileiro, História do Cinema Mundial, Teoria e Linguagem Cinematográfica, Narrativas Audiovisuais, e outras, além das de Ciências Humanas e Sociais, de Estudos de Linguagem, de Artes e da Educação.

O projeto pedagógico contemplou metade da carga horária obrigatória com disciplinas teórico-práticas voltadas para a produção audiovisual e para a prática de ensino do audiovisual em sala de aula. São oficinas que privilegiam o processo de realização de vídeos com celulares, webcameras, câmeras digitais, e animação gráfica, e a pesquisa audiovisual desenvolvida com alunos no Colégio Universitário da UFF.

Outro aspecto diferencial do programa pode ser chamado de “liberdade acadêmica”, pois o aluno poderá definir e escolher cerca de 25% da carga horária de acordo com os seus interesses específicos, com uma orientação docente. Esse deverá ser um facilitador para que pessoas com outras formações possam ser acolhidas na Licenciatura em Cinema e Audiovisual. Queremos incluir egressos de história, física, matemática, português, biologia, geografia e tantas outras áreas de conhecimento que tem demonstrado, de forma consistente, interesse na pesquisa e na prática audiovisual.

Esperamos, como essa iniciativa, estabelecer um ambiente de permanente reflexão sobre as diversas modalidades de ensino do audiovisual, difundindo a pedagogia da criação baseada na experiência estética do cinema, além de conscientizar os indivíduos sobre o campo de estudo das imagens na Era do Audiovisual.

Metais para todos!