Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 26/05/08
Hollywood está investindo pesado na produção de obras nesse formato mas, no primeiro momento, apenas de animação
Hollywood está preparando o lançamento em larga escala de filmes em terceira dimensão, que chegam aos cinemas no fim do ano, primeiro em animação e, em seguida, com atores de carne e osso. O desenvolvimento de novos sistemas digitais permite a realização de médias-metragens em 3D, em especial a introdução da técnica de gravação estereoscópica, que obrigou os grandes estúdios a apostar em histórias nesse formato.
O estúdio DreamWorks promete que até 2009 vai verter para 3D todas as suas animações. Seu primeiro lançamento será Monstros vs. Aliens, uma história de mutantes recolhidos por humanos em um complexo secreto. O filme ficará pronto março e será uma "homenagem aos filmes de ficção científica dos anos 50", explica o desenhista espanhol Manuel Almela, que integra a equipe do DreamWorks.
A Disney, a partir de sua filial Pixar, anunciou seu início no cinema estereoscópico com Bolt, que chegará às telas no fim do ano. Em seguida, vai produzir outra animação, UP, e relançará em 3D Toy Story, em 2009. O projeto da Pixar/Disney inclui Toy Story 2, e sua nova seqüência, Toy Story 3, além de uma versão de Rapunzel, todas para 2010.
Filmes produzidos nos últimos anos em 3D filmes, com personagens reais, não fizeram grande sucesso, principalmente por causa das poucas salas equipadas para sua exibição, como é o caso Polar Express (2004) e Beowulf (2007), ambos de Robert Zemeckis. Esses filmes, realizados com sistemas que captam os movimentos dos atores para depois serem digitalizados, foram exibidos nas telas tanto em três dimensões como em seu formato tradicional, o que para muitos resultou numa estética estranha.
"Os diretores têm de melhorar as técnicas, a gente percebe que algo não funciona. Quando você quer imitar um ser humano, ou o faz igual ou cria uma caricatura", explica Almela, para quem o segredo está em combinar o conhecido motion capture com a habilidade dos animadores. "Quem faz isso são os técnicos, que não entendem o movimento, e o passam para a tela e nós, animadores, sim."
Uma prova de fogo para o futuro do 3D com atores será Avatar, anunciado para dezembro de 2009, com Sigourney Weaver e direção de James Cameron. Cameron contará com um orçamento de US$ 200 milhões para recriar em 3D um planeta fictício onde habita uma espécie de humanóides que imitam os humanos. "O Imax e os formatos em terceira dimensão vão se expandir e as salas de cinema terão de se adaptar", assinalou Almela, para quem o futuro da indústria avança sem freios nessa direção. "Os grandes estúdios querem, com isso, fazer com a gente vá mais ao cinema. Hoje, muitas pessoas preferem ficar em casa, onde têm uma tela e um sistema de som. A indústria sabe que tem de oferecer algo mais ao público.
"Os estúdios agora lutam para acelerar a adaptação dos cinemas, para que possam abrigar projeções tridimensionais ainda este ano, calculando que 5.900 salas de todo e mundo ofereçam esse formato, das quais 70% estão nos Estados Unidos.
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